As contas públicas do governo federal registraram uma queda significativa no déficit primário em novembro de 2024, totalizando R$ 45,15 bilhões, uma redução de 88,7% em relação ao mesmo mês de 2023. Apesar dessa melhora pontual, o acumulado do ano até novembro alcançou um saldo negativo de R$ 668 bilhões, segundo informações divulgadas pela Receita Federal e confirmadas pela Agência Brasil. Esses números evidenciam os desafios fiscais enfrentados pelo Brasil, especialmente em um cenário de pressão por maior controle sobre os gastos públicos e crescimento econômico moderado.
A redução no déficit primário de novembro foi atribuída principalmente a um aumento temporário na arrecadação de impostos e a uma contenção de despesas em áreas específicas. A CNN Brasil destacou que a queda reflete esforços do governo em equilibrar as contas no curto prazo, embora o saldo negativo acumulado ainda seja um dos maiores já registrados. No período de janeiro a novembro, o déficit reflete uma combinação de despesas elevadas e uma arrecadação que não acompanhou o ritmo esperado, ampliando o rombo nas contas públicas.
Entre os fatores que contribuíram para o déficit acumulado estão programas sociais robustos, como o Bolsa Família, e investimentos em infraestrutura, que exigiram maior aporte de recursos. Além disso, a desaceleração da economia global afetou diretamente a arrecadação de tributos, já que setores produtivos enfrentaram dificuldades ao longo do ano. Conforme analisado pela Vermelho, o contexto internacional adverso e a alta da taxa de juros no Brasil também impactaram a dinâmica fiscal, ao encarecer o serviço da dívida pública e restringir o crescimento econômico.
O governo federal tem buscado implementar medidas para conter o déficit e melhorar a saúde fiscal do país. Em 2024, foram introduzidas ações voltadas para a ampliação da base tributária e a fiscalização de grandes devedores, com o objetivo de incrementar a arrecadação. Paralelamente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2025 estabelece um teto de gastos mais rígido, o que deve obrigar o governo a priorizar áreas estratégicas e reduzir despesas consideradas não essenciais.
Especialistas alertam, no entanto, que o déficit primário acumulado impõe limitações à capacidade de investimento do país, o que pode comprometer a retomada do crescimento econômico nos próximos anos. A magnitude do déficit também coloca o Brasil sob maior escrutínio internacional, especialmente no que diz respeito à sua credibilidade fiscal. Para a economista Ana Paula Ribeiro, ouvida pela CNN Brasil, “a redução pontual em novembro é positiva, mas insuficiente para alterar o panorama preocupante das contas públicas no longo prazo”.
O governo enfatiza que a consolidação fiscal será uma prioridade em 2025, com foco em reformas estruturais e na recuperação da confiança do mercado. Embora o resultado de novembro sinalize uma melhora momentânea, os números do déficit acumulado continuam a demandar atenção, reforçando a necessidade de ajustes mais amplos e consistentes na política fiscal brasileira.