O Brasil reforçou seu compromisso com a integridade e o combate à corrupção durante uma série de reuniões do Grupo de Trabalho Anticorrupção (GT-Anticorrupção) do G20 realizadas em 2024. Representantes brasileiros apresentaram um plano de trabalho voltado ao fortalecimento da integridade no setor público, destacando ações que incluem o aprimoramento de mecanismos de transparência e a ampliação da colaboração com o setor privado. O encontro contou com a presença de membros do B20, braço empresarial do G20, que também discutiram o conceito emergente de “corrupção verde”.
De acordo com informações da Agência Brasil, o plano de trabalho apresentado pelo Brasil ao GT-Anticorrupção prioriza medidas como o fortalecimento das auditorias internas, o uso de novas tecnologias para monitoramento de gastos públicos e a promoção de iniciativas de compliance no setor público. Essas ações visam aumentar a eficiência e a credibilidade da administração pública, além de fomentar a confiança dos cidadãos nas instituições governamentais.
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), presente nas reuniões, destacou que a corrupção não apenas corrói os recursos públicos, mas também mina a competitividade econômica do país. Ele ressaltou a importância de uma abordagem conjunta com o setor privado para combater práticas ilícitas em todos os níveis, especialmente em transações internacionais. Essa parceria foi reforçada durante o encontro com o B20, onde representantes empresariais compartilharam boas práticas de integridade corporativa e discutiram estratégias para prevenir irregularidades em cadeias globais de valor.
Um dos tópicos mais inovadores discutidos no encontro foi a “corrupção verde”, tema destacado em matéria do jornal O Globo. Essa nova abordagem engloba práticas ilícitas que impactam negativamente questões ambientais, como o desvio de recursos destinados à preservação ambiental e o financiamento irregular de atividades que degradam o meio ambiente. O Brasil, como um dos países com maior biodiversidade no mundo, se comprometeu a liderar esforços para enfrentar esse tipo de corrupção, que ganha relevância em um contexto de crescente atenção global às mudanças climáticas e à sustentabilidade.
Os representantes do B20 Brasil também apontaram a necessidade de fortalecer a governança ambiental, social e corporativa (ESG) como uma ferramenta para prevenir a corrupção verde. A adoção de padrões ESG foi amplamente discutida como uma forma de alinhar práticas empresariais aos objetivos de desenvolvimento sustentável, promovendo maior transparência e responsabilidade no uso de recursos naturais.
A participação ativa do Brasil nas discussões do GT-Anticorrupção do G20 reflete uma postura mais proativa na cena internacional, destacando a importância da cooperação multilateral para o enfrentamento de desafios globais. Durante os encontros, foram ressaltados casos de sucesso de parcerias público-privadas no combate à corrupção, que podem servir como modelo para outros países do bloco.
Além das questões ambientais, o plano brasileiro também propõe ações de capacitação para servidores públicos, incentivo à denúncia de irregularidades e criação de mecanismos que assegurem a proteção de denunciantes. Esses esforços têm como objetivo consolidar uma cultura de integridade no país e promover uma administração pública mais ética e eficiente, em sintonia com os princípios defendidos pelo G20.