Operação Overclean revela esquema de corrupção ligado à cúpula do União Brasil

A Polícia Federal deflagrou nesta semana a Operação Overclean, que investiga um complexo esquema de corrupção envolvendo líderes do partido União Brasil e contratos públicos. De acordo com as informações apuradas, a investigação aponta para desvios de recursos em contratos de prestação de serviços de limpeza urbana e coleta de resíduos sólidos, com indícios de favorecimento a empresas ligadas a membros da cúpula nacional do partido.

Os detalhes revelados pela operação indicam que o esquema teria movimentado milhões de reais em recursos públicos por meio de contratos superfaturados, firmados com prefeituras e outros órgãos públicos controlados por integrantes do União Brasil. Segundo o portal O Cafezinho, a Polícia Federal identificou a existência de um suposto núcleo político que facilitava a assinatura desses contratos fraudulentos, em troca de propinas que eram direcionadas ao financiamento de campanhas eleitorais e ao enriquecimento ilícito de agentes envolvidos.

De acordo com a coluna de Fábio Serapião, no Metrópoles, as investigações começaram há cerca de um ano, após denúncias anônimas e relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) apontarem irregularidades em processos licitatórios. Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo endereços ligados a lideranças do partido e empresários suspeitos de integrar o esquema.

Os investigadores apuraram que as empresas beneficiadas pelo esquema tinham contratos milionários e, em muitos casos, apresentavam pouca ou nenhuma capacidade operacional para executar os serviços contratados. Além disso, há suspeitas de que os recursos desviados também tenham sido usados para a compra de imóveis e veículos de luxo, configurando crimes de lavagem de dinheiro.

Conforme informações publicadas pelo Brasil 247, entre os alvos da operação estão políticos com posições de destaque no União Brasil, incluindo parlamentares e coordenadores regionais. Embora os nomes ainda não tenham sido oficialmente divulgados pela Polícia Federal, a repercussão da operação gerou um impacto significativo no cenário político, especialmente por se tratar de um dos maiores partidos do país, com forte influência no Congresso Nacional.

A investigação também revelou que o esquema contava com a participação de intermediários que atuavam como facilitadores no processo de direcionamento das licitações. Esses intermediários seriam responsáveis por garantir que as empresas ligadas ao grupo fossem escolhidas nos certames, muitas vezes em troca de vantagens indevidas pagas a servidores públicos e gestores municipais.

A operação segue em andamento, e a Polícia Federal trabalha para aprofundar as investigações e identificar todos os envolvidos no esquema. O objetivo é mapear a extensão da rede de corrupção e garantir que os responsáveis sejam responsabilizados. Os contratos sob suspeita, segundo as autoridades, representam um montante significativo de recursos públicos que deveriam ter sido usados para atender às necessidades da população em áreas como limpeza urbana e saúde ambiental.Até o momento, o União Brasil não se manifestou oficialmente sobre as acusações levantadas pela operação. A expectativa é que novas etapas da investigação tragam mais detalhes sobre as conexões entre os agentes públicos, as empresas contratadas e os políticos envolvidos no esquema.